Abril é mês especialmente importante porque os
espíritas do mundo inteiro comemoram o lançamento de O Livro dos Espíritos, por
Allan Kardec, em 18 de abril de 1857. Com esta publicação, materializou–se no
Planeta a era do advento do Paráclito ou Paracleto — entendido como aquele
que consola ou conforta; o que encoraja e reanima; que faz reviver; que
intercede em nosso favor como um defensor —, também conhecido como o
Consolador prometido por Jesus ou Espírito da Verdade, conforme dois registros
do apóstolo João, aqui reproduzidos da Bíblia de Jerusalém:
- “Se me amais, observareis meus mandamentos; e rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre, o Espírito da Verdade, que o mundo não pôde acolher, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque permanece convosco. Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós.”(João, 14:19-17).
- “Essas coisas vos disse estando entre vós. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que vos disse. “ (João, 14:25 e 26).
O
nascimento de Francisco Cândido Xavier, carinhosamente chamado Chico Xavier, é
outra data que os espíritas, sobretudo os brasileiros, lembram com afeto e
gratidão. Reencarnado pela última vez em 2 de abril de 1910, Chico Xavier
retornou ao plano espiritual em 30 de junho de 2002.
Ambos os
acontecimentos, lançamento de O Livro dos Espíritos e o nascimento de Francisco
Cândido Xavier, marcam, de forma indelével, a promessa do Cristo, registrada
por João evangelista. Mostra, sem sombra de dúvidas, que a falange do
Consolador, mantida sob as sábias e amorosas orientações de Jesus, o Espírito
da Verdade, é constituída por Espíritos, encarnados e desencarnados,
profundamente sintonizados com a mensagem do Evangelho. Kardec e Chico Xavier
são exemplos de obreiros do Senhor, que todos nós, os espíritas,
desejamos ser, um dia. Os obreiros sinceros da seara espírita são definidos em
O Evangelho segundo o Espiritismo como os que “[…] houverem trabalhado no campo
do Senhor, com desinteresse e sem outro motivo, senão a caridade![…].”1
O Programa
de Cristianização da Humanidade, à luz do entendimento espírita, conta
com a participação de Espíritos devotados, pertencentes a diferentes graus
evolutivos, inúmeros dos quais ainda lutando contra as próprias imperfeições,
porém capazes de se manterem firmes no propósito de jamais se afastarem
do chamamento do Espírito da Verdade: “Irmãos, trabalhemos juntos e unamos os
nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra.”1
Contudo, a coordenação de um programa de tal envergadura
encontra-se, certamente, nas mãos de obreiros que já superaram as más
inclinações e, por isto mesmo, são conhecidos como guardiões planetários.
Estes, integram a Falange luminosa de Jesus, o Espírito da Verdade que, no
Brasil, está representada por “um dos seu elevados mensageiros na face do orbe
terrestre”2, Ismael. O Espírito Humberto de Campos nos transmite a
ordenação do Cristo quanto a missão de Ismael em terras brasileiras:
— Ismael, manda meu coração que doravante
sejas o zelador dos patrimônios imortais que constituem a Terra do Cruzeiro.
Recebe-a nos teus braços de trabalhador devotado da minha seara, como a recebi
no coração, obedecendo as sagradas inspirações do nosso Pai. Reúne as
incansáveis falanges do Infinito, que cooperam nos ideais sacrossantos da minha
doutrina, e inicia, desde já, a construção da pátria do meu ensinamento. Para
aí transplantei a árvore da minha misericórdia e espero a cultives com a
tua abnegação e com o teu sublimado heroísmo […].2
Obviamente, toda nação e povo, no cenário da nossa humanidade, tem uma
missão principal a ser cumprida no concerto das nações. E a missão especial do
Brasil é a de se transformar em Pátria do Evangelho, a despeito de todos os
sacrifícios que foram, são e serão impostos aos Espíritos aqui
reencarnados.
Sabemos, no entanto, que toda missão, por menor que seja e independentemente do
local geográfico e nacionalidade, é executada com base em um plano/planejamento
definido pelos emissários celestiais, em nome de Jesus, o Governador da Terra.
Neste sentido, a Federação Espírita Brasileira foi selecionada pelo Alto, por
Jesus e Ismael, como a Instituição que seria “[…] a depositária e
diretora de todas as atividades evangélicas da Pátria do Cruzeiro. Todos os
grupos doutrinários, ainda os que se lhe conservam contrários, ou indiferentes,
estão ligados a ela por laços indissolúveis no mundo espiritual.”3
Atento a este Planejamento superior, Emmanuel — outro membro da
Falange do Espírito da Verdade — definiu a necessidade dos espíritas
conhecerem, em detalhes, a Codificação Espírita. Entra em cena, então, a
tarefa missionária de Chico Xavier que, por meio da sua excepcional
mediunidade, a ponto de ser cognominado “antena psíquica do século”,
resgata o Evangelho de Jesus, interpretando-o segundo o
Espiritismo.
Não é por acaso, pois, que Emmanuel declara,
peremptoriamente, em mensagem dirigida aos amigos do Centro Espírita Luiz
Gonzaga, a necessidade de apoiar a Federação Espírita Brasileira, escolhida
como a instituição espírita para onde escoaria a maioria da produção mediúnica
do médium Francisco Candido Xavier. Destacamos, a propósito, um trecho das
palavras deste admirável benfeitor espiritual:
Devemos esclarecer aos companheiros encarnados que
assim agimos, em atenção a compromissos assumidos no plano superior, no sentido
de colaborarmos todos no progresso e engrandecimento da Federação Espírita
Brasileira, que representa a Casa de nossa Causa, diante da qual nossos desejos
devem desaparecer, por meio da renúncia sadia, ainda mesmo quando apareçam
dificuldades de imediata compreensão com os trabalhadores encarnados que a
dirigem e movimentam, de vez que, acima de nós, permanece a Obra do
Cristo no Espiritismo, nela mediada, cabendo-nos o dever de auxiliá-la e
prestigiá-la tanto quanto seja possível, com o esquecimento de nossas próprias
necessidades, pois somente assim, unidos na concórdia e no serviço incessantes,
é que cooperaremos em favor da vitória do Espiritismo nas consciências. 4
Referências Bibliográficas
- KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. de Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. 1ª imp. Cap. XX, item 5, p.264. Brasília: FEB, 2013.
- XAVIER, Francisco Cândido. Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho. Pelo Espírito Humberto de Campos. 33 ed. 4 imp. Cap. 3, p. 26. Brasília: FEB, 2013.
- ______. Cap.28, p. 175.
- ______. Fé e vida. Pelo espírito Emmanuel. 1 ed. 1ª imp. Cap. 21, p.89. Brasília: FEB; São Paulo: CEU, 2014.
Fonte: http://www.febnet.org.br/blog/geral/a-casa-da-nossa-causa/
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