Marta Antunes de Moura
As enfermidades espirituais podem produzir
distúrbios no corpo físico, pelo processo conhecido como somatizações, tendo
como causa desarmonias psíquicas próprias do enfermo e/ou da influência
exercida por entidades espirituais. As somatizações da primeira categoria
indicam disfunções congênitas, traumas físicos e ou psicológicos. Os
distúrbios da segunda categoria revelam a possibilidade de processos
obsessivos de variada expressão. Ambos os fatores, somatizações e obsessões
podem, porém, estar associados.
As enfermidades espirituais
são, então, didaticamente categorizadas como de baixa, média ou de alta
gravidades. É importante, contudo, considerar que o apoio de familiares e
amigos é imprescindível; o auxílio espírita, associado ao médico/psicológico,
sempre que se fizer necessário, são outros meios capazes de reverter situações
desafiantes. Mas, sobretudo, a fé em Deus e em Jesus, assim como a confiança
nos Espíritos protetores têm efeito inestimável, capaz superar obstáculos
aparentemente intransponíveis.
As enfermidades espirituais
de baixa gravidade são mais fáceis de serem controladas. Costumeiramente surgem
em momentos específicos da existência, quando a pessoa passa por problemas ou
provações marcantes: perdas afetivas ou materiais; doenças físicas; insucesso
profissional, separação conjugal, etc. São situações nas quais as emoções
afloram, gerando diferentes tipos de dificuldades: ansiedade, angústia, medo,
dores físicas, como ósseas, musculares, enxaquecas, etc.; distúrbios de
digestão (náuseas, cólicas, azia, má absorção alimentar etc.). São comuns alterações
do sono, da atenção e do controle emocional.
Tais Essas condições podem
desaparecer espontaneamente, se o indivíduo já possui valores morais firmes e
demonstra comportamentos positivos perante a vida (esforço de autodomínio e
capacidade de superação de conflitos). Contudo, tal quadro pode permanecer por
tempo indeterminado ou agravar, sobretudo se há doença física e/ou psíquica
subjacente. O hábito da prece, o evangelho no lar, o passe representam
valorosos instrumentos de auxílio, estimulando a pessoa a elevar o seu padrão
vibratório. A mudança de padrão vibratório favorece a sintonia com benfeitores
espirituais, os quais prestam assistência imediata, necessária ao reajuste
psíquico, emocional e físico. A pessoa recupera, então, as rédeas sobre si
mesma, desligando-se de idéias perturbadoras, próprias ou de outrem.
As doenças espirituais de
média gravidade podem prolongar-se por anos a fio, mantendo-se dentro de um
mesmo padrão ou evoluindo para algo mais sério. Com o passar do tempo, desenha-se
um quadro típico de algum tipo específico de distúrbio, que pode estar
associado a outro, por exemplo: insônia persistente; gastrite e ulceração
gástrica; infecções microbianas repetidas; crises alérgicas costumeiras; dores
musculares penosas, formadoras de nódulos ou pontos de tensão; dificuldades
respiratórias seguidas das desagradáveis “falta de ar”; hipertensão; obesidade
ou magreza; crises de enxaqueca prolongadas, não controláveis ou parcialmente
controláveis por medicamentos; humor claramente afetado, oscilante,
determinando crises de irritabilidade e impaciência incomuns, seguidas
de momentos de indiferentismo e submissão emocionais; episódios
depressivos repetidos que podem ser substituídos por euforia exagerada. O
enfermo pode desenvolver comportamentos que evidenciam “manias” e
isolamento social: as suas ideias e os seus desejos ficam como que girando
dentro de um círculo vicioso, favorecendo a criação de ideoplastias e de
formas-pensamento, alimentadas pela própria vontade do indivíduo e por
Espíritos desencarnados, sintonizados nesta faixa de vibração.
As enfermidades espirituais
classificadas como graves, são encontradas em pessoas que revelam perdas da
consciência. A perda da consciência, lenta ou repentina, pode estar associada a
uma causa fisiológica natural (velhice) ou a patologias, como lesões
cerebrais de etiologias diversas, uso de substancias psicoativas, legais e
ilegais. Neste contexto, o enfermo vive períodos de alheamentos ou de
alienações mentais, alternados com outros de lucidez. São episódios
particularmente difíceis, pois a pessoa passa a viver numa realidade estranha e
dolorosa, agravada quando o enfermo associa-se a outras mentes enfermas,
encarnadas ou desencarnadas, estabelecendo processos de simbioses espirituais.
As orientações
espíritas, se aceitas e seguidas, proporcionam imenso conforto, podendo reduzir
ou eliminar o quadro geral das perturbações, sobretudo se associada às ações
médicas e ou psicológicas, e, também, à assistência familiar. Assim, é
preciso desenvolver um persistente trabalho de renovação mental e
comportamental da pessoa necessitada de auxílio. A prece, o passe, a água
fluidificada (magnetizada), a reunião do Evangelho no lar, a assistência
espiritual (atendimento e diálogo fraterno, frequência às reuniões de
explanação do Evangelho e de irradiações espirituais), o estudo espírita, entre
outros, representam instrumentos de auxílio e de renovação psíquica,
disponibilizados pelas Casas Espíritas, em geral.
Mesmo se o doente estiver
sob atendimento médico especializado, no campo da psiquiatria, a fluidoterapia
espírita suavizará a manifestação da doença, tornando mais efetivo o tratamento
médico. A assistência espiritual, oferecida pela Casa Espírita, age como
bálsamo, minorando o sofrimento dos encarnados – doente, familiares e amigos –
e dos desencarnados envolvidos na problemática. O atendimento ao Espírito
perturbador ocorrerá nas reuniões de desobsessão, sem a presença do enfermo
encarnado.
As enfermidades espirituais
representam uma realidade impossível de ser ignorada, especialmente nos tempos
atuais, que sabemos da existência de um alerta superior que nos aponta
para a urgente necessidade de avaliarmos a nossa própria conduta moral,
desenvolvendo ações e atitudes compatíveis com a Lei de Amor, Justiça e
Caridade. As enfermidades espirituais deixarão de existir, esclarecem os
benfeitores espirituais, quando nos renovarmos para o bem. Nesse sentido, são
oportunas as elucidações do Espírito André Luiz:
A […] enfermidade, como
desarmonia espiritual […] sobrevive no perispírito. As moléstias
conhecidas no mundo e outras que ainda escapam ao diagnóstico humano, por muito
tempo persistirão nas esferas torturadas da alma, conduzindo-nos ao reajuste. A
dor é o grande e abençoado remédio. Reeduca-nos a atividade mental,
reestruturando as peças de nossa instrumentação e polindo os fulcros anímicos
de que se vale a nossa inteligência para desenvolver-se na jornada para a vida
eterna. Depois do poder de Deus, é a única força capaz de alterar o rumo de
nossos pensamentos, compelindo-nos a indispensáveis modificações, com vistas ao
Plano Divino, a nosso respeito, e de cuja execução não poderemos fugir sem
graves prejuízos para nós mesmos (¹)
Referência Bibliográfica
(¹) XAVIER, Francisco Cândido. Entre a terra
e o céu. Pelo Espírito André Luiz. 5.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1972. Cap.
22, p. 134.
Fonte: http://www.febnet.org.br/blog/geral/enfermidades-espirituais/