terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Natal na visão Espírita



Marta Antunes Moura




Natal é comemorado no dia 25 de dezembro porque a data foi retirada de uma festa pagã muito popular existente na Roma antiga, e que fora oficializada pelo imperador Aureliano em 274 d. C. A finalidade da festa era homenagear o deus sol Natalis Solis Invicti (Nascimento do Sol Invicto)   considerado a primeira divindade do império romano  e festejar o início do solstício de inverno.

Com o triunfo do Cristianismo, séculos depois, a data foi utilizada pela igreja de Roma para comemorar o nascimento do Cristo (que, efetivamente, não ocorreu em 25 de dezembro), considerado, desde então, como o verdadeiro “sol” de justiça. Com o passar do tempo, hábitos e costumes de diferentes culturas foram incorporados ao Natal, impregnando-o de simbolismo: a árvore natalina, por exemplo, é contribuição alemã, instituída no século XVI, com o intuito de reverenciar a vida, sobretudo no que diz respeito aos pinheiros, que conservam a folhagem verde no inverno; o presépio foi ideia de Francisco de Assis, no século XIII. As bolas e estrelas que enfeitam a árvore de Natal representam as primitivas pedras, maçãs ou outros elementos com que no passado se adornavam o carvalho, precursor da atual árvore de Natal.
 

Antes de serem substituídas por lâmpadas elétricas coloridas, as velas eram enfeites comuns nas árvores, como um sinal de purificação, e as chamas acesas no dia 25 de dezembro são uma referência ao Cristo, entendido como a luz do mundo. A estrela que se coloca no topo da árvore é para recordar a que surgiu em Belém por ocasião do nascimento de Jesus. Os cartões de Natal apareceram pela primeira vez na Inglaterra, em meados do século XIX. Os espíritas veem o Natal sob outra ótica, que vai além da troca de presentes e a realização do banquete natalino, atividades típicas do dia. Já compreendem a importância de renunciar às comemorações natalinas que traduzam excessos de qualquer ordem, preferindo a alegria da ajuda fraterna aos irmãos menos felizes, como louvor ideal ao Sublime Natalício.

Os verdadeiros amigos do Cristo reverenciam-no em espírito.
 A despeito do relevante significado que envolve o nascimento e a vida do Cristo e sua mensagem evangélica, sabemos que muitos representantes da cristandade agem como cristãos sem o Cristo, porque vivenciam um Cristianismo de aparência.

Neste sentido, afirmava o Espírito Olavo Bilac que “ser cristão é ser luz ao mundo amargo e aflito, pelo dom de servir à Humanidade inteira”. Chegará a época, contudo, em que Jesus, o guia e modelo da Humanidade terrestre, será reverenciado em espírito e verdade; Ele deixará de ser visto como uma personalidade mítica, distante do homem comum; ou mero símbolo religioso que mais se assemelha a uma peça de museu, esquecida em um canto qualquer, empoeirada pelo tempo. Não podemos, contudo, perder a esperança. Tudo tem seu tempo para acontecer.

No momento preciso, quando se operar a devida renovação espiritual da Humanidade, indivíduos e coletividades compreenderão que [...] Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua lei [...].


Distanciado dos simbolismos e dos rituais religiosos, o espírita consciente procura festejar o Natal todos os dias, expressando-se com fraternidade e amor ao próximo. Admite, igualmente, que [...] a Doutrina Espírita nos reconduz ao Evangelho em sua primitiva simplicidade, porquanto somente assim compreenderemos, ante a imensa evolução científica do homem terrestre, que o Cristo é o sol moral do mundo, a brilhar hoje, como brilhava ontem, para brilhar mais intensamente amanhã.  Perante as alegrias das comemorações do Natal, destacamos três lições ensinadas pelos orientadores espirituais, entre tantas outras. Primeira, o significado da Manjedoura, como assinala Emmanuel: As comemorações do Natal conduzem-nos o entendimento à eterna lição de humildade de Jesus, no momento preciso em que a sua mensagem de amor felicitou o coração das criaturas, fazendo-nos sentir, ainda, o sabor de atualidade dos seus divinos ensinamentos.

A Manjedoura foi o Caminho. A exemplificação era a Verdade. O Calvário constituía a Vida. Sem o Caminho, o homem terrestre não atingirá os tesouros da Verdade e da Vida. Segunda, a inadiável (e urgente) necessidade de nos aproximarmos mais do Cristo, de forma que o seu Evangelho se reflita, efetivamente, em nossos pensamentos, palavras e atos. Para a nossa paz de espírito não é mais conveniente sermos cristãos ou espíritas “faz de conta”.[...]

Comentando o Natal, assevera Lucas que o Cristo é a Luz para alumiar as nações. Não chegou impondo normas ou pensamento religioso. Não interpelou governantes e governados sobre processos políticos. Não disputou com os filósofos quanto às origens dos homens. Não concorreu com os cientistas na demonstração de aspectos parciais e transitórios da vida. Fez luz no Espírito eterno.

Embora tivesse o ministério endereçado aos povos do mundo, não marcou a sua presença com expressões coletivas de poder, quais exército e sacerdócio, armamentos e tribunais. Trouxe claridade para todos, projetando-a de si mesmo. Revelou a grandeza do serviço à coletividade, por intermédio da consagração pessoal ao Bem Infinito. Nas reminiscências do Natal do Senhor, meu amigo, medita no próprio roteiro.

Tens suficiente luz para a marcha? Que espécie de claridade acendes no caminho? Foge ao brilho fatal dos curtos-circuitos da cólera, não te contentes com a lanterninha da vaidade que imita o pirilampo em voo baixo, dentro da noite, apaga a labareda do ciúme e da discórdia que atira corações aos precipícios do crime e do sofrimento. Se procuras o Mestre divino e a experiência cristã, lembra-te de que na Terra há clarões que ameaçam, perturbam, confundem e anunciam arrasamento...

Estarás realmente cooperando com o Cristo, na extinção das trevas, acendendo em ti mesmo aquela sublime luz para alumiar? Por último é muito importante aprendermos a ser gratos a Jesus pelas inúmeras bênçãos que Ele nos concede cotidianamente, em nome do Pai, como a família, os amigos, a profissão honesta, a vivência espírita etc., sabendo compartilhá-las com o próximo, como aconselha Meimei: Recolhes as melodias do Natal, guardando o pensamento engrinaldado pela ternura de harmoniosa canção...
 

Percebes que o Céu te chama a partilhar os júbilos da exaltação do Senhor nas sombras do mundo. [...] Louva as doações divinas que te felicitam a existência, mas não te esqueças de que o Natal é o Céu que se reparte com a Terra, pelo eterno amor que se derramou das estrelas. Agradece o dom inefável da paz que volta, de novo, enriquecendo-te a vida, mas divide a própria felicidade, realizando, em nome do Senhor, a alegria de alguém!...
 

Referências:
1DUTRA, Haroldo D. O novo testamento. (Tradutor). Brasília: EDICEI, 2010. p. 258.
2VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 47, p. 154.
3XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 76, p. 201.
4KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 625.
5______. ______. Comentário de Kardec àq. 625.
6XAVIER, Francisco C. Religião dos espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 21. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. Jesus e atualidade, p. 296.
7______. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 21, p. 57.
8LUCAS, 2:32.
9XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 4.
10______. ______. Cap. 29, p. 73-74.


Fonte: http://helenadedo.blogspot.com.br/2011/12/texto-de-marta-antunes.html

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A Desencarnação

Marta Antunes de Moura



A morte do corpo físico é fenômeno natural que atinge  todos os seres da Criação, cedo ou tarde. A desencarnação acontece quando os laços perispirituais, até então mantidos enraizados, molécula a molécula no corpo físico, se desfazem, concedendo liberdade ao Espírito que passa a viver em outra dimensão da vida.
Segundo o Espiritismo,  a morte é  “[...] uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. [...].1Ensina igualmente:  a separação do Espírito  do corpo que lhe pertencia não é   dolorosa, sobretudo quando das mortes naturais, que decorre dos desgastes biológicos dos órgãos2, como também  não é uma separação  brusca. A “alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo a que se restituiu subitamente a liberdade.[...].”3  Assim,nunca é demais lembrar:
[...] A observação comprova que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente; que se opera gradualmente e com uma lentidão muito variável conforme os indivíduos. Em uns é bastante rápido, podendo dizer-se que o momento da morte é também o da libertação, que se verifica logo após; em outros, sobretudo naqueles cuja vida foi toda material e sensual, o desprendimento é muito menos rápido, durando algumas vezes dias, semanas e até meses, o que não implica a existência, no corpo, da menor vitalidade, nem a possibilidade de um retorno à vida.  [...].De fato, é racional conceber-se  que, quanto mais o Espírito se tenha  identificado com a matéria, tanto mais penoso lhe seja separar-se dela,  ao passo que a atividade intelectual e moral e a elevação dos pensamentos operam um começo de desprendimento, mesmo a vida durante o corpo.[...].4
A falência dos órgãos e o desprendimento perispírito que se segue definem o estado de transição ou de passagem de um plano para outro. Neste momento, o Espírito encontra-se inconsciente5, situação que pode perdurar por um maior ou menor espaço de tempo, da acordo com as condições pessoais de cada um.
 A chegada no plano espiritual, porém,  pode ser sofrida ou não. Trata-se de um sofrimento moral. É a alma que sofre, não o corpo, pois este transforma em matéria inerte, morta, em processo de decomposição. O  sofrimento poderá ser mais agravado se o Espírito se manter jungido ao corpo em decomposição e à vida que se extinguiu.
Situações semelhantes são encontradas em certos gêneros de suicídios, em homicídios; em desencarnantes presos a profundos remorsos, ou, ainda, em Espíritos vinculados aos prazeres da vida material, apegados excessivamente a bens e/ou pessoas. Nestas circunstâncias, a morte é vista  como uma perda irreparável, um sofrimento atroz, uma sensação de destruição total, porque ele, o Espírito, desconhece a sua própria imortalidade que existe e preexiste à morte do veículo somático.
 Situação bem diversa acontece com o Espírito que durante a existência se deixou conduzir por uma vida mais simples, sem ganâncias ou ambições exageradas; que procurou desenvolver virtudes, combatendo imperfeições; que praticou a caridade, promovendo o bem; que cumpriu os seus deveres familiares, profissionais e sociais.
 A sua desencarnação será mais amena;  os sofrimentos e as angústias do período de transição serão passageiros e breves;  a adaptação  na nova moradia será tranquila, sabendo administrar com serenidade a saudade dos entes queridos que permanecem reencarnados, e as surpresas do além-túmulo.
 Ajustado à vida no plano espiritual, o Espírito  colherá, então,  os frutos, bons ou amargos,  do que semeou durante a experiência reencarnatória, se submetendo, no final das contas, à lei de progresso. É o que nos lembra André Luiz quando aponta  o valor da desencarnação como lei divina:
Toda morte traz dor.
Sem a desencarnação, porém, não atingiríamos a renovação precisa, largando processos menos felizes de vivência ou livrando-nos da caducidade no terreno das formas.
Compreendamos, em face disso, que não podemos louvar as dificuldades que nos rodeiam, mas é imperioso reconhecer que, sem elas, eternizaríamos paixões, enganos, desequilíbrios e desacertos, motivo pelo qual será justo interpretá-las por chaves libertadoras, que funcionam em nosso Espírito, a fim de que nosso Espírito se mude para o que deve ser, mudando em si e fora de si tudo aquilo que lhe compete mudar.6
Bibliografia
1.        DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 1. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2008. 1ª Parte (O Problema do Ser), cap. X (A morte), p.175.
2.        KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.  céu e o inferno. Tradução de Evandro Noleto Bezerra.4. ed. 1. Imp. Brasília: FEB: 2013. Questão 154-comentário, pág. 113.
3.        ______. Questão 155-a, pág. 113.
4.        ______. Questão 155-a-comentário, p.114.
5.        ______. O céu e o inferno. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. Imp. Brasília: FEB: 2013. 2ª Parte. Cap. I, it.7,  pág. 157.
6.        XAVIER, Francisco Cândido/WORM, Fernando. Janela para a vida. 1. Ed. Porto Alegre: Francisco Spinelli, 2014. Cap. VI, , p. 128



Fonte: http://www.febnet.org.br/blog/geral/colunistas/a-desencarnacao/ 

O Transe mediúnico

Marta Antunes de Moura


CONCEITOS
Etimologicamente, transe traz o significado de crise, de momento crítico. Para a Medicina, é um estado similar ao do sono, mas com limitado contato sensitivo e motor.1 A Psicologia, explica que é o transe assemelha-se ao sono, mas, por ocorrer alteração da consciência, há reduzida sensibilidade a estímulos, perda ou alteração do conhecimento do que sucede à volta, substituição da atividade voluntária pela automática [involuntária].2
O transe mediúnico é considerado como “[...] um estado especial, entre a vigília e o sono, que de alguma sorte abre as portas da subconsciência [...].”3 É também considerado um “[...] estado de baixa tensão psíquica [...], com estreitamento do campo de consciência e dissociação.”3
Recordemos que há fatos psíquicos que ocorrem automaticamente, caracterizados pela participação passiva (inconsciente/automática) do indivíduo. Trata-se de um estado de baixa tensão psíquica, detectados nos atos instintivos, nas manifestações dos e emoções. Quando há participação ativa (alta tensão), identificamos as operações intelectuais, o uso da vontade e a manifestação da atividade criadora.
O decréscimo da atividade mental (baixa tensão psíquica) conduz à passividade que é o caminho natural do transe, mediúnico ou não. A pessoa que encontra sob atividade intelectual funciona em regime de alta tensão psíquica, conhecida como estado de vigília. Já o médium é alguém que se torna passivo aos comandos do consciente, habitua-se a fazer mergulhos no consciente, por vontade própria ou por indução externa (Espírito comunicante, hipnose), a fim de que   se lhe amplie a percepção anímica.
O transe de qualquer modalidade (mediúnico, anímico, por hipnose ou decorrente de enfermidade) produz, necessariamente, algum grau de dissociação psíquica que se reflete no cérebro, em regiões específicas. Em certas manifestações mediúnicas e/ou anímicas, como no sonambulismo, o grau de dissociação mental é elevado, produzindo amnésia, parcial ou total, dos fatos ocorridos durante o transe.
Situação semelhante (de elevada dissociação) é também encontrada durante a hipnose, magnética ou obsessiva, por efeito de certos medicamentos (psicotrópicos, por exemplo) e em algumas enfermidades (coma diabético, entre outros).
Importa acrescentar que no transe mediúnico há ativação ou redução de metabólitos, requisitando assistência de benfeitores espirituais, a fim de que o veículo somático do médium não sofra prejuízos..
Há quem confunda, incorretamente, o transe com o sono. O sono é “[...] caracterizado por supressão da vigilância, desaceleração do metabolismo, relaxamento muscular, diminuição da atividade sensorial, suspensão das experiências conscientes [...], pela aparição concomitante do sonho.”4
Trata-se, portanto, de uma situação muito diferente de que ocorre no transe mediúnico, a despeito de existirem pontos semelhantes entre os dois fenômenos.
GRAUS DO TRANSE MEDIÚNICO
O transe pode ser superficial ou profundo e, entre um extremo e outro, há uma gradação infinita: são os transes parciais.
Transe superficial: não existe amnésia. O médium recorda todos os acontecimentos, colaborando na transmissão da mensagem do Espírito comunicante. No médium principiante costumam existir dúvidas se de fato ocorreu um transe mediúnico.5
Transe profundo: as recordações dos acontecimentos raramente chegam à consciência do médium. No entanto, em decorrência da prática mediúnica, é possível não ocorrer amnésia total, de forma que alguma coisa ainda pode ser lembrada.
É importante insistir que, mesmo no estado de transe muito profundo, o médium não perde totalmente a ligação com a consciência. Há lembrança subliminar porque o Espírito do médium está ligado ao corpo. Nessa situação, o médium é suscetível de sugestibilidade.
Nos transes profundos a passividade mediúnica é maior. Isso é claramente observado nos médiuns sonambúlicos psicofônicos. Nesta situação, o “[...] médium falante geralmente se exprime sem ter consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às suas idéias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua inteligência. Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal [de transe], raramente guarda lembrança do que disse.”6
Transes parciais: representam gradações do estado do rebaixamento psíquico. Nos transes parciais, os médiuns recordam apenas alguns acontecimentos ou trechos da mensagem transmitida pelo comunicante espiritual.
Referências
  1. DICIONÁRIO MÉDICO ENCICLOPÉDICO TABER. Trad. Fernando Gomes do Nascimento. 1 ed. São Paulo: Manole, 2000, p.1737.
  2. HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 2750.
  3. CERVIÑO, Jayme. Além do inconsciente. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 1, item: O Transe, p. 17.
  4. HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 2608.
  5. CERVIÑO, Jayme. Além do inconsciente. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. , item: Fases do transe, p. 20-22.
  6. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. 1 imp. Brasília: FEB, 2013. Cap. 14, item 166, p. 175.

Fonte: http://www.febnet.org.br/blog/geral/colunistas/o-transe-mediunico/

terça-feira, 2 de setembro de 2014

A qual grupo pertenço?

Antonio Cesar Perri de Carvalho


Entre modismos e casuísmos há muitos “ismos” sempre surgem criando polêmicas que muitas vezes comprometem o tempo e o espaço destinado ao trabalho rotineiro à difusão do Espiritismo.

Na época da fundação da FEB pululavam questões entre as vertentes de interpretações científica e mística. Muitos cenários foram criados no seio do Movimento Espírita.

Nesse ínterim, a “Federação Espírita Brasileira ultrapassa os 130 de sua fundação com incontáveis folhas de prestação de serviços ao Movimento Espírita do país e do mundo. É o resultado de dedicações e de demonstrações de amor à Causa que se somaram num esforço coletivo e continuado, liderados por uma quantidade imensa de seus pioneiros, dirigentes e colaboradores de todas as épocas.”1

Ações marcantes demonstram a força do ideal e do trabalho, como as efemérides comemoradas neste ano, dos 130 anos da FEB, 100 anos de evangelização da criança na FEB e os 65 anos do “Pacto Áureo”.

São alguns dos fatos que concretizam o vaticínio do espírito Humberto de Campos:

“Nas amplas e diversificadas atuações da Federação Espírita Brasileira, o lema de Ismael “Deus, Cristo e Caridade” tem sido o foco de inspiração e delineamento de rumos, em coerência com o projeto da Espiritualidade de preparar a transformação de nosso país em “Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”.2

Os recentemente definidos valores da FEB: “Humildade, Caridade, Comprometimento, Solidariedade, Ética, União”1 devem fundamentar os projetos e ações de todos os trabalhadores vinculados direta ou indiretamente às ações da FEB.

No ano do Sesquicentenário de O evangelho segundo o espiritismo, a FEB promove e estimula a campanha “Viva o Evangelho. Para todos os corações uma mesma mensagem”.3

A propósito, o espírito Sayão (denodado antigo trabalhador da FEB) considera que se greve “na própria alma a legenda luminosa inspirada no Codificador: Trabalho, Solidariedade e Tolerância.”4 Sugere ainda que no “[...] solo sagrado onde depositada a Árvore do Evangelho — sabem, em seus corações operosos e dóceis, cumprir as diretrizes mencionadas: Trabalho, com o Cristo, na lapidação do próprio ser, gastando-se na doação ao próximo, seja que for, sem aguardar nenhum reconhecimento ou benefício; Solidariedade, com o Mestre Inesquecível, para enxergar em todos os irmãos de caminhada, tão amados por Deus como nós, e, por isso, merecedores de respeito e consideração; Tolerância, com o Cordeiro Celeste, que soube suportar nossa ignorância, desculpando infinitamente as maldades cometidas pelas almas em infância espiritual.” 4

E, no final da mensagem propõe uma reflexão: “[...] a qual desses grupos pertenço?” 4

Referências:


2) XAVIER, Francisco C. Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho. Pelo Espírito Humberto de Campos. Cap. 28.


4) Mensagem psicográfica recebida pelo médium Ricardo Silva, no dia 7/7/2014, no Grupo Mediúnico Frederico Figner, na FEB.

Antonio Cesar Perri de Carvalho é presidente da FEB.



Fonte: http://www.febnet.org.br/blog/geral/colunistas/a-qual-grupo-pertenco/