sábado, 24 de novembro de 2012

Congresso Espírita Mundial


Com a realização dos Congressos Espíritas Mundiais, o Conselho Espírita Internacional procura consolidar um espaço no âmbito internacional para a divulgação dos ensinos espíritas em todos os países. A presença de reconhecidos oradores de diferentes nacionalidades, programas e temários sempre atuais e a presença crescente de milhares de congressistas, dentre outros destaques, fazem de cada Congresso Espírita Mundial um evento único.
O primeiro congresso,realizado pelo CEI, ocorreu em Brasília, no ano de 1995. O segundo foi em Portugal na capital Lisboa, no ano de 1998. A cidade de Guatemala em Guatemala foi em 2001 sede do terceiro congresso espírita mundial. O 4º congresso, em homenagem ao bicentenário de Allan Kardec, em 2004, foi realizado em Paris, na França, e em 2007, no ano de comemoração dos 150 anos do lançamento do Livro dos Espíritos, a cidade de Cartagena, na Colômbia foi palco do 5° Congresso.
O último, foi o 6º Congresso Espírita Mundial, que se realizou em Valencia, na Espanha.
O 7º. Congresso Espírita Mundial será realizado em Havana – Cuba, de 22 a 24 de março de 2013 e terá como tema central: “A Educação Espiritual e a Caridade na Construção de um Mundo de Paz” -150 anos de O Evangelho segundo o Espiritismo. Mais informações no site oficial do Congresso: www.7cem.org ou no site do CEI www.intercei.com
Confira os vídeos promocionais.




sábado, 17 de novembro de 2012

Opinião dos Espíritos sobre Evangelização – Bezerra de Menezes


Que orientação os Amigos Espirituais dariam aos pais espíritas em relação ao encaminhamento dos filhos à Escola de Evangelização dos Centros Espíritas?

Conquanto seja o lar a escola por excelência onde a criatura deva receber os mais amplos favores da educação, burilando-lhe o sentimento e o caráter, não desconhecemos a imperiosidade de os pais buscarem  noutras instituições sociais o justo apoio à educação da prole; e, assim, deverão encaminhar os filhos, no período oportuno, para as escolas do saber, viabilizando-lhes a instrução. Entretanto, jamais deverão descuidar-se de aproximá-los dos serviços da evangelização, em cujas abençoadas atividades se propiciará a formação espiritual da criança e do jovem diante do porvir.

Há pais espíritas que, erroneamente, têm deixado, em nome da liberdade e do livre-arbítrio, que os filhos avancem na idade cronológica para então escolherem este ou aquele caminho religioso que lhes complementem a conquista educativa no mundo. Tal medida tem gerado sofrimento e desespero, luto e mágoa, inconformação e dor. Porque, uma vez perdido o ensejo educativo na idade propícia à sementeira evangélica, os corações se mostram endurecidos, qual terra ressequida, árida, rebelde ao bom plantio, desperdiçando-se valioso período de ajuda e orientação. É então que somente a dor, a duros golpes provacionais, poderá despertar para refazer e construir.

Bezerra de Menezes
Psicografia Júlio Cezar Grandi Ribeiro – Vila Velha (ES), 2 de agosto de 1982

Fonte: http://www.dij.febnet.org.br/evangelizador/opiniao-dos-espiritos-sobre-evangelizacao/opiniao-dos-espiritos-sobre-evangelizacao-bezerra-de-menezes-7

domingo, 4 de novembro de 2012

O Uruguai legalizou o aborto, mas a polêmica não terminou



Por JAIME FERREIRA LOPES
O Uruguai tem agora uma lei que permite o aborto até 12.ª semana de gestação, com algumas restrições. Na América Latina, o aborto só era permitido em Cuba e na Cidade do México. Os que lutam contra a legalização do aborto no Brasil conhecem bem o discurso “reacionário e conservador” de quem acha que matar um ser humano, qualquer que seja a fase de sua gestação intrauterina, é ser “progressista”, “moderno” ou de esquerda. E foi evidentemente essa visão política e ideologicamente equivocada que prevaleceu no parlamento uruguaio.
No entanto, a oposição política e os movimentos sociais pró-vida uruguaios prometem travar uma dura e longa batalha, apresentando recursos à Suprema Corte e uma apelação à Corte Interamericana de Justiça à luz do Pacto de San José da Costa Rica, que, em seu artigo 4.º, prevê: “Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.” Além destas medidas, a oposição política uruguaia está disposta também a aprovar no Parlamento uruguaio a convocação de um referendo sobre esta lei do aborto.
Portanto, a polêmica não termina com a promulgação dessa norma jurídica. Os opositores do aborto não descansarão até a revogação desta lei, demore o tempo que for. Aliás, o movimento revisionista de leis liberalizantes da prática do aborto torna-se cada vez mais forte em diversos países, como nos Estados Unidos, na Espanha e em Portugal.
Não adianta apenas nos indignarmos quando isso acontece. Precisamos entender que se trata de uma estratégia internacional arquitetada na Organização das Nações Unidas (ONU) e que vem, sistematicamente, exercendo forte pressão sobre os países nos quais a legislação interna coíbe a prática do aborto, como é o caso do Brasil; segundo essa estratégia, o aborto é um dos elementos integrantes da política internacional de controle populacional. Esse plano inclui ainda o financiamento internacional de fundações americanas interessadas também na liberação do aborto por motivos outros, nem sempre claramente expressos.
Diante dessa estratégia, que conta com apoio da grande mídia em qualquer parte do mundo, resta aos que não pactuam com a cultura da morte – que tem como substrato político-ideológico uma concepção reducionista e coisificante da vida humana – afirmar os valores ético-morais que permeiam a dignidade da vida humana, sem os quais essa dignidade estará permanentemente vilipendiada e ameaçada.
Por fim, a aprovação do aborto em um país vizinho ao nosso só nos fortalece para continuarmos a lutar em defesa da vida humana, conscientizando e mobilizando permanentemente o povo brasileiro, que em várias pesquisas de opinião tem demonstrado que rechaçará toda e qualquer proposta de lei que queira descriminalizar o aborto em nosso país – vide a rejeição unânime do Projeto de Lei 1.135/1991 na Câmara dos Deputados. E tudo indica que o mesmo acontecerá com as propostas liberalizantes em relação ao aborto e à eutanásia na proposta de revisão do Código Penal que ora tramita no Senado Federal.
Jaime Ferreira Lopes, bacharel em Direito e em Filosofia, é vice-presidente nacional executivo do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida (Brasil Sem Aborto).

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Luis Bassuma - Visão Espírita do aborto


Reflexões sobre o Dia de Finados


Qual será a origem da cultura de se consagrar um dia em homenagem aos “mortos”? Qual o significado da palavra “finados”? Será mesmo necessário ir aos cemitérios para honrar a memória dos que retornaram à Pátria Espiritual? E qual a melhor deferência que podemos prestar a eles?
 De acordo com alguns pesquisadores, o dia consagrado aos mortos originou-se dos antigos povos gauleses, os quais, conhecedores da indestrutibilidade do ser, honravam os Espíritos e não os cadáveres como, equivocadamente, se faz na atualidade.
 O culto ao dia dos mortos é uma tradição mundial, cuja origem se perde na noite dos tempos, constituindo, como se lê na resposta à questão 329 de O Livro dos Espíritos (FEB Editora), um forte indício da imortalidade da alma, acalentadaintuitivamente pelo homem.1

 Finado é o particípio passado do verbo “finar”, que significa o indivíduo que morreu, findou, faleceu, termo que se substantivou com a cultura adotada pelos povos das mais diversas religiões, prática essa que esteve muito ligada, na Antiguidade, aos cultosagrários ou da fertilidade: acreditava-se que os mortos, como as sementes, eram enterrados com vistas à ressurreição (novo nascimento).

Em vista disso, o primitivo Dia de Finados era festejado com banquetes e orgias perto dos túmulos, costume disseminado em várias civilizações do passado.

 Consta que, após a morte do tirano Mausolo, rei de Cária, antiga região da Ásia Menor, a esposa do imperador, Artemísia, ordenou a construção de um enorme edifício, ricamente enfeitado, para abrigar o corpo do soberano. Essa construção, ou monumento funerário, é considerada uma das maravilhas do mundo antigo, dentre as quais despontam as pirâmides do Egito, que até hoje constituem morada dos restos mortais dos antigos faraós. Daí teria surgido a palavra “mausoléu” para identificar os sepulcros de grandes proporções.

Entretanto, somente no final do século X é que foi oficializado pela Igreja de Roma o “culto aos mortos”, com o nome de “finados”, destinado especificamente aos Espíritos que estariam no “Purgatório”, lugar, segundo a crença católica, “onde as almas dos que cometeram pecados leves acabam de purgar suas faltas, antes de ir para o paraíso”,* as quais também dependeriam, para serem resgatadas – ainda segundo a crença católica – das preces dos que estão na Terra.**

 Para o Espiritismo, este é um dia como qualquer outro, uma vez que considera a ida ao cemitério como a exteriorização de um sentimento. Os que visitam um túmulo manifestam, por esse costume, que pensam no desencarnado, embora muitos o façam apenas para se desincumbir de mais uma “obrigação social” no calendário humano, sem que haja a exteriorização sincera de amor.
*HOUAISS, Antônio e outros. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. Verbete “purgatório”, p. 1.579.
**KARDEC, Allan. O céu e o inferno. Trad. Manuel Quintão. 60. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2012. Cap. 5, it. 2.
 Para homenagear o ente querido que nos precedeu no retorno ao mundo espiritual, não é preciso, necessariamente, ir a cemitérios, cuja aparência lúgubre geralmente evoca lembranças desagradáveis de corpos perecíveis em decomposição.

 O que sensibiliza o desencarnado não é propriamente a visita à sepultura, mas a lembrança fraterna e a prece sincera daquele que ficou na Terra, o que pode ser feito a qualquer momento e em qualquer lugar. Por isso, o dia de finados não é mais importante, para os que morrem, do que outros dias. A diferença entre o dia de finados e as demais datas é que, naquele, mais pessoas invocam os Espíritos pelos pensamentos.

 A prática regular de as famílias sepultarem os restos mortais de seus entes em um mesmo lugar é útil do ponto de vista material, entretanto, para as leis divinas, essa cultura nenhum valor tem, do ponto de vista moral, a não ser tornar mais concentradas as recordações dos parentes.
 O Espírito que atingiu um determinado grau de perfeição, despojado que se encontra das vaidades terrenas, compreende a inutilidade dos funerais pomposos, que servem mais aos que ficam do que aos que partem.

 Em muitos casos, o Espírito assiste ao seu próprio velório,2 não sendo raras as decepções que experimenta nesses momentos. A simplesmenção do nome do falecido e de outros mortos transforma-se em verdadeira invocação, atraindo- os ao ambiente em que estamos. A propósito, no livro Obreiros da Vida Eterna, ditado pelo Espírito André Luiz ao médium Francisco Cândido Xavier (1910-2002), encontramos significativa advertência:
 – Nossos amigos da esfera carnal são ainda muito ignorantes para o trato com a morte. Ao invés de trazerem pensamentos amigos e reconfortadores, preces de auxílio e vibrações fraternais, atiram aos recém-desencarnados as pedras e os espinhos que deixaram nas estradas percorridas. É por isso que, por enquanto, os mortos que entregam despojos aos solitários necrotérios da indigência são muito mais felizes. [...]

 [...] as câmaras mortuárias não devem ser pontos de referência à vida social, mas recintos consagrados à oração e ao silêncio.
 Qual, então, deve ser a nossa conduta, nessas ocasiões? A mesma postura de respeito que devemos ter para com qualquer pessoa encarnada. Uma prece sincera, um gesto de perdão, um pensamento simples, mas bondoso, endereçado aos entes que partiram, valem mais do que mil coroas de flores e solenidades fúnebres.
 Há uma passagem do Evangelho que bem resume o espírito de finados:

 Segue-me; e o outro respondeu: Senhor, consente que, primeiro, eu vá enterrar meu pai. – Jesus lhe respondeu: Deixa aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos; quanto a ti, vai anunciar o Reino de Deus.5
 Que interpretação devemos dar a esse texto? A literal, que nos induz a negar o direito de nos despedir dos nossos entes mais próximos? É claro que não. É que Jesus nunca perdia a oportunidade de ensinar alguma coisa àqueles que o rodeavam. O Mestre falava para o futuro, querendo com isso deixar patente que a morte física é um fato ou fenômeno natural. É o mesmo que dissesse: – Não liguemos à matéria, ao corpo, mais importância do que ele tem.

 Enquanto encarnados, devemos priorizar a vida espiritual em detrimento da vida material, sem, entretanto, descuidar do vaso físico, que constitui a habitação ou o templo do Espírito, instrumento de nosso progresso, considerado o primeiro empréstimo que recebemos do Criador ao reencarnarmos. Portanto, não somos donos, mas meros usufrutuários dele. Como tudo que é material, um dia teremos que devolvê-lo e prestar contas do seu bom ou mau uso.
 O sepultamento dos despojos, além de constituir uma questão de higiene pública, também é uma forma de respeito à personalidade do extinto e aos seus restos mortais, direito contemplado inclusive pelo ordenamento jurídico.

 Sendo a desencarnação a libertação do Espírito da carne, a morte não passa de uma ilusão dos sentidos, porquanto o que morre é o corpo físico.Apenas mudamos de residência, de uma dimensão para outra. Biologicamente, a morte é o esgotamento dos órgãos que, em realidade, também não morrem, mas se transformam, são devolvidos à Natureza por meio da natural desintegração dos seus elementos químicos.
 Seja nossa ou dos outros, devemos aceitar a morte com resignação e coragem, o que é uma prova de confiança no Criador, na certeza da imortalidade. É natural que externemos nossos sentimentos de dor em momentos tão difíceis. Entretanto, evitemos nos entregar ao desequilíbrio, uma vez que essa conduta em nada ajuda o Espírito desencarnante que, nessas circunstâncias, recebe nossos desvarios mentais, com sofreguidão.

 Por derradeiro, não nos esqueçamos de que o mais importante não é o comportamento das pessoas na hora da desencarnação de um ente querido, ou no instante da própria morte física, mas, sobretudo, a conduta que devemos ter durante toda a nossa existência física, pois que, na condição de Espíritos imortais, nossa vida deve ser o resultado de um constante esforço pelo aperfeiçoamento moral.

 Em razão disso, combater os excessos e os maus hábitos físicos e morais é uma boa maneira de nos prepararmos para a morte, com o que faremos jus à mensagem atribuída ao sábio Confúcio: “Quando você nasceu,  todos sorriam, só você chorava. Viva de tal forma que, quando você morrer, todos chorem, só você ria!”.
Referências:

1KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1.reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2011.Q. 329.
2______. ______. Q. 327.
3XAVIER, Francisco C. Obreiros da vida eterna. Pelo Espírito André Luiz. 2. ed.esp. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora,2010. Cap. 14, p. 247-248.
4VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 2. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2012. Cap. 36.
5LUCAS, 9:59-60.